Com a mancha cada vez maior, e com a sensação de não conseguir correr dos pesadelos, a menina já rotulada de mocinha viveu a adrenalina, medo e um sentimento parecido com vergonha entre suas veias, com passos lentos e trêmulos, ela vai até sua carteira. Como se sua pressão abaixasse, tudo fica embaçado e os sons com eco. O cutuque da amiga e o som do seu nome, como um chamado, não era eficaz para a atenção da menina. Com a ajuda da professora a menina sai da sala e caminhando lentamente vai até a sala da diretora, e como um sussurro da professora para a diretora, ela pede que liguem para a mãe da aluna. Quando a mãe abre a porta do carro, é possível notar um grande suspiro vindo da menina. Com passos rápidos entra no carro e o silêncio toma conta do ambiente. Isso faz com que a menina tenha tempo de pensar em todas as possibilidades do que possa acontecer no dia seguinte. As frases, perguntas mais temidas pela menina, são "Você melhorou?", "O que aconteceu?" , "Porque você foi embora?". Ter que explicar o que aconteceu, e provavelmente vai continuar acontecendo por 50 anos, é um pesadelo em sua mente. Depois de pensar o silêncio que, por torcida da menina podia durar até sua casa, foi quebrado pela tentativa de ajudar, a mãe fala as piores palavras possíveis para o momento, "Que orgulho, minha filhota já é mocinha!!". As palavras foram tão inesperadas e tão ruins que a menina não conseguiu dizer nada.
Não é como se fosse a pior coisa do mundo, mas sabe, se não existisse, seria muito mais fácil não acha? Eu com certeza não estou animada para esse "evento" acontecer. Pode parecer drama, mas é só uma questão de não querer crescer.
amei as duas crônicas, serio, estão ótimas! me identifiquei muito com as duas.
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